Você já ouviu falar em LASSBio-1911? O nome é confuso, mas a função dessa molécula pode melhorar a vida de diversas pessoas com o Mal de Alzheimer. A LASSBio-1911 foi descoberta por cientistas brasileiros da Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e já é vista como um caminho para o tratamento da doença.
A molécula pertence a uma classe de substâncias antitumorais, mas passou a ser descrita como “promissora contra doenças neurodegenerativas. Segundo os pesquisadores, a LASSBio-1911 auxilia na proteção dos astrócitos, célula cerebral que oferece suporte e nutrição aos neurônios e é considerada essencial para o funcionamento do cérebro.

Molécula é caminho para tornar tratamentos mais efetivos
Com a descoberta da LASSBio-1911, os cientistas acreditam que podem encontrar uma saída para a redução dos danos do Alzheimer ao cérebro. Um dos grandes problemas da doença é a ausência de tratamentos mais efetivos.
Nos últimos dois anos, a Food and Drug Administration, agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou dos medicamentos para o Alzheimer: o Donanemabe (liberado no fim do mês passado e que será vendido no mercado como Kisunla) e o Lecanemabe (aprovado no último ano, com o nome de Leqembi).
As duas medicações são consideradas passos importantes para o tratamento da doença, uma vez que atuam nos sintomas. Porém, Kisunla e Leqembi não são capazes de interromper ou reverter a perda cognitiva, diferentemente dos resultados da LASSBio-1911.
Bons resultados são apenas o começo
Em testes realizados em camundongos com um modelo de Alzheimer, a molécula foi capaz de melhorar o desempenho comportamental, reverter a perda cognitiva e ainda recuperou as sinapses dos neurônios. A pesquisa foi liderada pelo professor Carlos Alberto Manssour Fraga, que morreu em maio deste ano, durante o processo de submissão do estudo para publicação.
Uma das autoras do estudo, ao lado do professor Carlos Mansour foi a neurocientista Flávia Gomes, Laboratório de Neurobiologia Celular do ICB-UFRJ. Para ela, apesar dos bons resultados iniciais, os próximos passos para que a molécula se torne um medicamento são muito longos. Flávia acredita que a LASSBio-1911 é um substrato com potencial para ser melhorado com o passar do tempo.
Com a divulgação da pesquisa, o próximo passo dos cientistas é enxergar os astrócitos como alvos e buscar formas de manipulá-los como uma ferramenta para o tratamento do Alzheimer.

Alzheimer atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo
O Alzheimer é a forma mais comum de demência, sendo por responsável por cerca de 70% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença atinge, em sua maioria, pessoas acima dos 65 anos, e causa deterioração cognitiva e da capacidade de memória do cérebro.
Segundo o Relatório Mundial do Alzheimer, produzido pela Alzheimer Disease International, mais de 50 milhões de pessoas sofrem da doença em todo o mundo. Aqui no Brasil, mais de um milhão de pessoas são afetadas e 100 mil novos casos são diagnosticados anualmente.
Dentre os principais sintomas do Alzheimer estão:
- Problemas de memória;
- Dificuldade na fala e no raciocínio;
- Desorientação no tempo e no espaço;
- Alterações de humor e de comportamento.
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